terça-feira, 1 de abril de 2008

McDonald's a empresa global!


O McDonald's forma entre aquelas empresas cuja trajetória se confunde com a história do capitalismo. Fica difícil falar sobre as transformações registradas no mundo dos negócios no último meio século sem falar da rede mundial de lanchonetes e de seu fundador, o americano Ray Kroc. No começo do século 20, Henry Ford havia conseguido fabricar um automóvel, o modelo T, que até o operário de sua fábrica podia almejar. Coube a Kroc fazer algo parecido no campo da alimentação ao vender lanches a preços acessíveis, preparados numa linha de montagem capaz de produzir mais de 500 sanduíches por segundo. Atualmente, o McDonald's emprega 1,5 milhão de pessoas e atende 47 milhões de clientes todos os dias, em quase 120 países. Sua marca está em oitavo lugar entre as mais valorizadas do mundo, segundo o ranking da consultoria inglesa Interbrands. A lista é encabeçada pela Coca-Cola. A marca é tão conhecida que a revista The Economist utiliza seu principal sanduíche, o Big Mac, para fazer comparações de poder de compra entre os países. O palhaço Ronald McDonald, símbolo da rede, só não é mais famoso do que Papai Noel, dizem as pesquisas. Por alguma razão, uma empresa com essa história e esses números não está exatamente festejando as conquistas alcançadas. Ao contrário, tem trabalhado duro para desmentir alguns prognósticos mais pessimistas em relação à sua imagem -- e à qualidade de seu futuro. O motivo da preocupação é que o McDonald's vem assumindo nos últimos anos um papel desagradável que já coube a outras companhias. E passou a conviver com uma simbologia pesada. A Coca-Cola e o Citibank foram um dia sinônimos do "imperialismo americano". Essa associação virou coisa de saudosistas. A Nike já foi muito criticada como ícone da globalização, talvez o maior deles. Já não é mais a única. Está acontecendo com o McDonald's uma repetição de todos esses chavões antigos somados a uma lista de novos conceitos. Sempre que há reunião do Fórum Econômico Global, não são raras as fotografias que mostram uma loja do grupo sendo atacada por jovens baderneiros, como se, atingindo uma loja da mais conhecida cadeia de fast food do mundo, estivessem desferindo um golpe naquilo que desaprovam em relação aos Estados Unidos, a globalização, e mesmo o sistema capitalista. As provocações feitas contra o McDonald's ficam ainda melhores em razão da força de sua logomarca e do cardápio, todos eles "McAlguma coisa". Daí para surgir a "McConfusão", "McGlobalização" é um passo.

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